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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Um Grito Na Madrugada


 
Meu pai é um homem bastante honesto e sincero. Não mente de forma alguma e costuma frequentar a igreja 
católica todos os domingos, acompanhando minha mãe que é bastante religiosa, inclusive catequista (ela).
 
Nós somos de Imbituba, litoral sul de Santa Catarina (90 km de Florianópolis).
O relato se passou no fim dos anos 80, quando eu ainda não era nascido (sou o filho do meio de dois irmãos, uma menina mais nova e um rapaz mais velho) e nenhum dos meus irmãos também. Meu pai acredita que o ano era 1988. Ele trabalhava em uma empresa como motorista, transportando gesso de 
uma área para outra em caminhões, sempre nas madrugadas. 
O serviço era bastante tranquilo pois os bairro eram próximos, cerca de 3 quilômetros. 
Mas meu pai, na época, como ele mesmo diz era bem medroso, muitas vezes nem esperava a caçamba voltar 
e já arrancava do terreno baldio onde descarregava a carga. 
 
O terreno era bem isolado, (até hoje) e já foi utilizado em suas proximidades como aterro sanitário.
Em uma dessas noites ele passou por um bairro bastante popular na cidade, chamado Vila nova Alvorada,
mais conhecido como Divinéia e próximo da área onde iria descarregar. 
Ao longo da estrada, assim que entrou no bairro,  viu uma senhora da qual não lhe agradava muito a feição e 
jeito, (disse que sempre teve a impressão de que era uma bruxa) velhinha, magrinha com nariz grande. 
Ela vestia saia e jaqueta de couro. Estava pedindo carona no meio de uma esquina, onde meu pai 
precisava parar para observar o trânsito e prosseguir. 
 
 
 Ele conta que estava bastante apreensivo de parar o caminhão ao lado dela, já era por
volta da meia noite e a senhora parecia estar indo para algum tipo de baile, 
já que era uma sexta-feira e na cidade costumava ter muitos bailes para idosos (ate hoje).
 
Ele parou o caminhão ao lado e já havia travado as portas e percebeu ela acenando pedindo carona, como esperado.
 Em um salto de medo ele acelerou o veículo e nesse instante disse ouvir o grito mais estrondoso e amedrontador de sua vida. 
Teve a sensação que aquilo ecoava em suas orelhas e ficou muito assustado, "zarpando" no caminhão 
com a feição assustadora da senhora de boca aberta e quando voltou ela não estava mais à espera.
 
Ele diz ainda que havia visto ela algumas outras vezes, agora há mais de vinte anos
 e a encontrou andando pela rua, e ela ainda parecia ter a mesma aparência da época.
 
*Quando me contou o relato, para eu poder escrever disse que fazia algum tempo que já não via ela. 
 
Meu pai costumava contar essa história para mim e meus irmãos e foi algo que realmente o deixou amedrontado e curioso. 

 

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